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Fotógrafo se surpreende ao flagrar casal de pássaros raros no Tocantins
O fotógrafo e geógrafo Clóvis Cruvinel se surpreendeu ao fotografar um casal de mãe da lua gigante, conhecido popularmente como urutau. O registro foi feito na última sexta-feira (10), no Centro de Pesquisa do Canguçú da Universidade Federal do Tocantins (UFT), que fica em Pium, a 120 km de Palmas. Cruvinel disse que a ave é difícil de ser registrada e que esta é a primeira vez que ele consegue fotografar a ave no estado, além disso “a camuflagem dela é perfeita”.
O profissional é de Palmas e disse que viajou até o centro para fotografar outros pássaros, mas que na noite do dia 9 começou a ouvir o canto da ave. Como ele estava sem lanterna, deixou para procurá-la no dia seguinte. “Ao amanhecer indo atrás da vocalização, encontrei o casal da ave com a ajuda do meu amigo Renato Soares e dos caseiros Francisco e Roberto que nos guiaram nos dias em que estivemos por lá passarinhando”, contou.
O casal encontrado tem cerca de 50 centímetros. Nas imagens é possível ver que a plumagem se confunde com o tronco da árvore. O registro foi feito durante o dia, o que surpreendeu ainda mais o fotógrafo, já que o pássaro possui hábitos noturnos. Outra peculiaridade é o canto melancólico. “A primeira vez a ser ouvido, para quem não conhece, assusta um pouco. Mas acho super interessante, visto que difere muito de outras aves”.
O professor fotografa pássaros há dois anos, e já flagrou 303 espécies, 95% delas no Tocantins, mas este registro foi, certamente, inesquecível. “Para mim toda vez que faço um life de um espécie que não tenho, é fantástico”.
Diferenciada
O biólogo ornitólogo, André Grassi Corrêa, disse que a mãe da lua gigante é a maior espécie da família Nyctibiidae. “Seu comprimento total varia entre 45 e 54 cm, com uma envergadura de 1m e pesando entre 360g e 600g.” O profissional explicou ainda que ela tem uma boca grande para facilitar na captura de insetos em voo.
Esta espécie se diferencia das demais devido ao tamanho e à plumagem esbranquiçada. “Ela possui grandes olhos cor de laranja e a coloração de sua plumagem pode variar de cinza pálido ao marrom. Sua dieta é especialmente de grandes insetos voadores, como besouros e gafanhotos, além de morcegos”, complementou.
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(Foto: Clóvis Cruvinel/ Arquivo Pessoal)
O profissional ainda disse que estas aves têm hábitos noturnos e frequentam florestas úmidas e secas. Além disso, podem ser encontradas em cerrados, caatingas e matas galerias. “Como prefere habitats mais preservados, sua presença vem sendo cada vez mais restrita nas matas da região, podendo ser encontrada apenas em matas mais preservadas de médio-grande porte”.
O biólogo, que viaja pelo Brasil afora observando pássaros, é também guia de visualização de aves no Tocantins. Ele afirmou que já fotografou vários pássaros desta espécie e tantos outros considerados raros no país. O profissional, mestre pela Universidade Federal do Tocantins, dedicou-se a estudar, por dois anos, o uso de habitat e distribuição do pica-pau-do-parnaíba, considerada como uma das aves mais desconhecidas do Brasil, até a sua redescoberta, em 2006.
Fonte: G1.com
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